Das imagens claustrofóbicas
Estava aqui a olhar para esta fotografia que encontrei no Unsplash (do fotografo Faustin Tuyambaze ), e estava cá a pensar de mim para comigo: "Mas que coisa tão claustrofóbica".
Eu olho para esta imagem e fico com falta de ar.
Já imaginaram o que é estar no meio daquela gente toda? Onde é que fica o espaço pessoal? E se uma pessoa precisar de ir à casa-de-banho?... quer dizer só de fraldinhas... ou então não bebe líquidos que é para minimizar as probabilidades dessa ocorrência.
Por outro lado, a fotografia também me fez lembrar do meu regresso a casa ontem ao fim da tarde em que, por azar, apanhei o desfile dos universitários na Avenida de Roma. É obvio que o trânsito ficou virado de pernas para o ar, mas o giro era ouvir os comentários dos cidadãos séniores no autocarro.
Na categoria dos mais ousados estavam umas senhoras, todas entusiasmadas, que diziam que era muito engraçado ver a alegria daqueles jovens. Dentro desta categoria existia ainda uma sub-categoria de nostálgicos, que também recordavam as suas experiências universitárias com saudades e a mesma alegria. Depois havia a categoria dos "Velhos-do-Restelo" que não estavam nada contentes com tal despropósito de manifestação e dentro desta categoria ainda haviam duas sub-categorias; a dos falsos-moralistas que diziam "Eu nunca fiz aquelas figuras e sempre me portei muito bem" e a dos cataclísmicos que diziam "Agora só faltava afogarem-se no Meco".
Eu, que ia a ler o meu livrinho, ria-me a olhar para o iPad. O cortejo era o que era, só achei que era pequenito. O que me estava a divertir a sério eram os comentários alheios.