Ora bem, o meu post de hoje é a primeira parte do meu tributo ao Serviço Nacional de Saúde e serviços de saúde em geral, dos quais uns funcionam melhor que outros.
O meu "piqueno" viking gosta muito dos serviços de urgência, na verdade, gosta tanto que lhe deviam dar um cartão de passageiro frequente no qual se podiam acumular pontos e no fim ganhava-se uma viagem de táxi à borla, ou assim. Felizmente, agora tem seguro de saúde mas houve uma altura em que não tinha e tivémos mesmo de recorrer ao sector público.
Nessa altura, inscrevemo-nos os dois no centro de saúde ali de Alcântara (cujo prédio bafiento era, não só, um mimo, como também, um verdadeiro desafio a pessoas com dificuldades de locomoção), e eu apesar de nunca ter tido oportunidade de usufruir dos fantásticos serviços prestados, como tive de servir de tradutora-interprete do rapaz (sim, porque o domínio das linguas, sejam francas ou outras, não faz parte currículo das criaturas), pude observar e experienciar o funcionamento da coisa por diversas vezes. E mais, também tive oportunidade de deixar uma dedicatória autografada no livro de reclamações (que por acaso até foi respondida).
Bom, não sei como é que é aquela cena do médico de família e depois das experiências também não sei se me interessa saber porque os médicos de família são os mesmos que os que não são de família, mas sei que quando nos inscreveram não nos foi atribuído qualquer médico de família porque estavam todos super-cheios de pacientes ou assim, maneira que - à pala disto - tivémos oportunidade de experimentar vários profissionais cujo rating variava, claramente, entre o lixo e o "epá, até pareces normalzinho". Desde logo, numa situação de urgência (que tal como o nome indica ocorre de surpresa e não está previamente planeada), primeiro que se consiga chegar ao médico demora umas horitas e isto é se estiverem à portinha do centro aí por volta das 6 da manhã, porque caso contrário continuem a mandar postais. Quando finalmente chegamos ao médico, a criatura não leva as queixas do paciente a sério, passa uma receita para uma série de medicamentos que não têm qualquer utilidade prática e sobre os quais já tínhamos dado informação que não funcionavam. Pelo caminho, também aproveitam para dar uma injecçãozeca que não serve para nada porque também não surte efeito.
Posso dizer-vos que dos vários que tive oportunidade de observar em acção não seleccionava nenhum para meu médico de família, sendo que o único problema desta coisa toda é que os médicos dos centros de saúde são os únicos que podem passar baixas médicas. É claro que eu percebo porque é que tem de ser assim e não discordo, totalmente, da opção. Agora o que eu não entendo é o modo ora displicente, ora paternalista com que tratam as pessoas e isso incomóda-me, principalmente quando o marido olha para nós com um ar entre o indignado e surpreendido e pergunta; "Dafuq is this???" e as únicas palavras que tenho para lhe oferecer são; "Welcome to the national health care system."